O diagnóstico mais comum de paralisia facial é a Paralisia de Bell. Nome dado em homenagem a Sir Charles Bell (figura) que estudou doenças do nervo facial. Pesquisas revelam que 70% dos pacientes têm este diagnóstico. Felizmente. Digo isto porque boa parte destes pacientes terão uma boa evolução clínica com plena recuperação da função motora da face. Mas, como podemos observar, 30% podem ter outra causa. Deste modo, é muito importante que seja feita uma detalhada consulta com um especialista e eventuais exames adicionais que possam estabelecer a possível causa da paralisia. Na literatura médica conta-se mais de mil possíveis causas de paralisia facial e, portanto, uma boa avaliação médica é o primeiro passo para o melhor tratamento.
Rotineiramente, o paciente ao perceber a paralisia do rosto procura o Pronto Socorro onde o plantonista investiga se o quadro é uma paralisia central ou periférica. Isto será importante para afastar lesões cerebrais (a chamada paralisia central onde a boca fica paralisada e o olho fecha normalmente) ou lesões do nervo facial com a falta de movimentos em toda a hemiface como nos casos de Paralisia de Bell (paralisia periférica) – tema deste blog.
Surpreendentemente, vemos pacientes procurarem ajuda de profissionais de outras áreas antes mesmo de um diagnóstico preciso e o estabelecimento de tratamento mais adequado ao caso.
Iniciar terapias adicionais sem esta avaliação pode postergar um diagnóstico mais crítico e que exigiria uma pronta atuação do médico especialista. Algumas das causas de paralisia podem estar ocultas num primeiro momento. Este é o caso de tumores malignos de áreas profundas da parótida ou de esclerose múltipla em sua fase inicial como exemplos.
Com o diagnóstico preciso, o médico especialista poderá coordenar as ações de uma equipe multiprofissional compostas por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros mais.
Apenas numa boa investigação médica poderemos encontrar outros sinais e sintomas de que não estamos diante de uma Paralisia de Bell. Entre eles:
1. Paralisia lentamente progressiva ao longo de vários dias ou meses;
2. Presença de lesões na pele da orelha;
3. Paralisia simultânea bilateral;
4. Sinais de trauma craniano;
5. Infecção do ouvido
6. Envolvimentos de outros nervos e déficit motores
Este texto tem o objetivo de informar o público em geral e não substitui a orientação de um médico. Na presença de sinais e sintomas aqui descritos procure seu médico.
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